segunda-feira, 13 de junho de 2011

Entrivista com uma profissional docente

Dados pessoais da entrevistada e da escola onde trabalha
 
Nome: Márcia 
Idade: 36 anos  
Tempo no Magistério: 14 anos  
Experiência docente: 14 anos  
Formação Ensino Médio: Magistério (X) Regular ( ) Supletivo ( )  
Formação Superior: Curso: Pedagogia     Instituição: Thereza Porto Marques 
Ano em que se formou: 2003 
Formação de Pós-Graduação: Curso: Educação Especial 
Instituição: Claretiano           Ano em que se formou: 2005 
Nome da(s) escola(s) onde leciona: EMEI Profº Arlindo Caetano Filho 
( ) Estadual (X) Municipal ( ) Particular  
Tempo em que está nesta escola: 12 anos  
Município a que pertence a escola: São José dos Campos  
Localização: ( ) central (X) periferia  
A maioria dos alunos que freqüenta a escola é de classe social:  
( ) alta ( ) média alta ( ) média /média (X) média baixa ( ) baixa  

Entrevista realizada em 03 de maio de 2009 com uma professora da educação infantil a fim de investigar e analisar o processo de desenvolvimento da sua formação docente e as experiências relativas a seu trabalho no cotidiano escolar.

1- Como você se tornou professora? Explique o que te motivou a escolher esta profissão e como foi o seu processo formativo? 
Márcia: O magistério não foi a primeira opção de carreira, tanto é que fiz o ensino médio completo e sem condições financeiras de cursar o nível superior optei pelo Magistério, no qual me empenhei bastante nos estudos 
 
2- Como você analisa a sua experiência como docente? 
 Márcia: Considero-me uma profissional responsável no que faço. Procuro sempre atingir os objetivos que me são propostos e estou sempre buscando novos cursos, me atualizando. 
  
3- Que dificuldades você encontra no cotidiano de seu trabalho? 
Márcia: Falta de recursos materiais: espaço apropriado para biblioteca, etc. Até mesmo de livros de pesquisa, de histórias que na maiorias das vezes são de investimento do próprio professor que quer enriquecer um pouco mais suas aulas. 
 
4- Você já participou de cursos de aperfeiçoamento? Quais os cursos que mais gostou? 
Márcia: Já participei de vários: de arte, música, alfabetização, matemática, entre outros. Os que mais gostei são os de arte, uma preferência pessoal. 
 
5- Para você quais são as qualificações pessoais que um bom professor deve possuir?  
Márcia: O professor é um dos profissionais mais importantes, senão o mais importante de todos os outros. No entanto, poucos lhe dão a importância que realmente merece. Quem entra nesta carreira precisa ser persistente e acreditar naquilo que faz e estar sempre se reciclando, se atualizando. 
 

6- Como você enxerga o papel do professor dentro da sociedade brasileira? 
Márcia: Infelizmente o educador não é valorizado pela sociedade, no geral. Basta ver os noticiários do cotidiano: professores ameaçados por alunos, agredidos físico e moralmente. Sendo assunto até de novela, o que serve de alerta para muitos pais e alunos. 

7- Você considera que sua profissão é corretamente valorizada atualmente? Sim ou não? Porquê? 
Márcia: Pela sociedade, no geral, já foi respondido em questão anterior. No que se refere em termos financeiro, acredito que deveria ser melhor remunerada para que o professor pudesse investir na carreira com cursos melhores e até mesmo com viagens culturais que enriquecem sua prática e seus conhecimentos. 
 
8- Na sua opinião, quais são as mudanças significativas que vem acontecendo na educação brasileira nos últimos anos? 
Márcia: Posso falar de uma mudança recente que foi a ampliação do ensino fundamental para 9 anos. Essa mudança desestruturou a educação infantil que fechou várias salas de aula e também o fundamental que não estava preparado para receber alunos tão novos que precisam de um atendimento diferenciado para a idade deles, com espaços diferentes, recursos apropriados, professores auxiliares, entre outras especificidades. 
 
9-  Como você trabalha a leitura com seus alunos, e quais as atividades desenvolvidas nesse sentido (dramatização, jogos, desenhos, brincadeiras)? 
Márcia: Como trabalho com educação infantil os textos de leitura são textos memorizados como poesia, música, quadrinhos, além do nome próprio e dos amigos. 
 
10-  Seus alunos frequentam a biblioteca da escola? Com que frequência isso acontece? Há algum tipo de orientação ou indicação de sua parte? 
Márcia: Como já disse anteriormente não temos esse espaço disponível. Existe um pequeno espaço no canto da sala de aula em que colocamos alguns livros de histórias infantis comprados pela escola ou doados pela comunidade. 
 
11-  Você conhece o acervo da biblioteca de sua escola? 
Márcia: Como já estou nesta escola há 12 anos conheço e utilizo o acervo, que não é de grande quantidade.

12-  Costuma ler periodicamente? Que tipo de leitura? 
Márcia: Realizo leitura antecipada de tudo que será idealizado em sala de aula e também leituras de lazer. 
 
13-  Cite uma leitura (livros/textos/artigos) que você fez nos últimos meses (autor e título). 
Márcia: No lado profissional foi um artigo da revista Crescer falando sobre a questão da falta de limites em crianças pequenas, texto que será doado a família de um aluno. E no lado pessoal foi o livro “O Segredo” de Rhonda Byrne.
 
14-  Qual ou quais os meios de comunicação você utiliza para se manter atualizada em relação aos acontecimentos locais e mundiais?
Márcia: Ultimamente e infelizmente tem sido só a TV, cujas notícias já vem fragmentadas.
 
15-  Costuma discutir os assuntos atuais com seus alunos? Sim ou não? De que forma? 
Márcia: Como são crianças pequenas utilizo a notícia se houver relação com os projetos de estudos como um artigo de jornal que levei para a sala contando sobre costumes caipiras que ainda persiste mesmo em meio urbano, para ilustrar o projeto da vida caipira.
Outros assuntos são abordados se tiver interesse do aluno, como o comentário de um aluno em relação a chuva que castigou a região de Sta. Catarina.

16-  Troca experiências com seus colegas de profissão? Com que frequência?
Márcia: Na entrada e saída dos períodos de aula e sempre que temos esse tempo disponível em nossos HTC’s (Horário de Trabalho Coletivo).
  
17-  Como é sua relação com os pais dos alunos?
Márcia: É amigável e de respeito  na maioria das vezes. Salvo alguns casos desagradáveis de pais que não acreditam no nosso trabalho e nos tratam como simples “cuidadores” de seus filhos, não desmerecendo a profissão. Mas, alguns pais não nos vêem como educadores.

18-  Existe, de modo geral, algum tipo de comunicação de sua escola com a comunidade local? Como se dá essa relação? 
Márcia: Existe a A.A.E (Associação de Amigos da Escola) e o Conselho que representam o desejo e as idéias dos pais em relação a tudo que acontece na escola. E como é uma escola de educação infantil, os pais têm contato direto com os professores e na maioria das vezes a dúvida, a sugestão é resolvida naquele mesmo instante, ou passada para a equipe de liderança.

19-  O que você considera mais importante em seu trabalho?
Márcia: Pode parecer repetitivo, mas o que considero importante é o fato de estar educando crianças pequenas, onde tudo que estamos trabalhando com elas será o alicerce de sua vida adulta.

20-  Em toda sua experiência como docente, existe algum relato ou história vivenciada que queira compartilhar? 
Márcia: A história de um aluno de 4 anos, muito falante, expressivo que gostava de ouvir e contar histórias. E eu dizia que ele seria um ator, locutor, apresentador de programa, ou algo do gênero pela capacidade de comunicação que tinha.
Cinco ou seis anos depois esse aluno esteve de volta na nosso escola com o projeto “O teatro vai à escola”. Ele e outras crianças montaram uma peça teatral e se apresentavam para crianças menores. Senti uma pontinha de orgulho de ter contribuído, de certa forma e de maneira, ainda que pequena, para vê-lo ali na minha frente concretizando um dom que tem esse aluno.

Nenhum comentário:

Postar um comentário